Dr. Lino Beber
Somos muito gratos ao Dr. Lino porque resgatou nossa história, nossas raízes. Também nos possibilitou conhecer os lugares onde nasceram nossos avós e nosso pai e viveram até a vinda para o Brasil. Este blog tem por finalidade maior, contar um pouco dessa história, a história da nossa família.
Dr. Lino e família

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Poesia de Lurdes Visintainer Pinheiro



Memória de uma mãe imigrante (português)

Mamãe por que estamos aqui?
Meus filhos a perguntar.
Não consigo mais sorrir.
O que leva tudo isso,
será um mero capricho,
do homem sem coração?
Aquele que faz a guerra,
numa batalha enterra
milhões de almas, quem dera,
disso não fosse capaz.
Como se não bastasse,
tantas mortes e tristeza,
a miséria é nobreza
para o homem sagaz.
Quando tudo acabou:
os tiros, as mortes, o horror,
fiquei com os pensamentos
com os filhos no relento,
sem rumo, sem direção.
Dias a fio
com fome e com frio,
onde está o meu amor?
Ó meu Deus que bom seria
se tivesse uma magia
pra tudo isso apagar.
Mas a vida não é mágica,
mesmo empunhando espadas,
devemos acreditar.
Eis que chega um belo dia,
entre lágrimas e alegrias,
meu amor pra mim voltou.
Da guerra nada mais resta,
e meu coração em festa,
abraça a família que restou.
Em busca de novos sonhos,
partimos nada tristonhos,
nossa família além mar.
Lá em terras distantes,
pés no chão como imigrantes,
sentimos o sol raiar.
Saudades da minha Itália,
mas aqui “há polenta na tavola,
per i bambini mangiar”.
Agora é vida nova,
nesta terra assim florida,
sou uma imigrante acolhida,
e isso não se desfaz.
Ó minha Itália querida,
aqui temos nova vida,
mas te esquecer... jamais.

Memoria di una mamma immigrante (italiano)
Mamma perché siamo qui?
I miei figli a domandare.
Non riesco più a sorridere.
Perché succede tutto questo,
sarà un mero capriccio,
dell’ uomo senza cuore?
Quello che fa la guerra,
in una battaglia sotterra
milioni di anime, così,
di questo non dovrebbe essere capace.
Come se non bastasse,
tante morti e tristezza,
la miseria è nobiltà
per l’uomo saggio.
Quando tutto è finito:
gli spari, le morti, l’orrore,
restai con miei pensieri
con i figli fuori casa,
senza direzione, senza comando.
Tanti giorni
con fame e freddo,
dove sta il mio amore?
O mio Dio sarebbe bello
se accadesse una magia
affinché tutto si cancelli.
Ma la vita non è magia,
anche impugnando le spade,
dobbiamo credere.
Ecco che arriva un bel giorno,
tra lacrime e allegria
il mio amore ritornò da me.
Della guerra non resta più niente,
il mio cuore è in festa,
abbraccia la famiglia che restò.
In cerca di nuovi sogni,
siamo partiti senza tristezza,
la nostra famiglia aldilà del mare.
Là nelle terre lontane,
piedi sulla terra come emigranti,
abbiamo sentito il sole brillare.
Nostalgia della mia Italia
ma qui “c’è polenta sulla tavola
per i bambini da mangiare”.
Adesso è vita nuova,
in questa terra così florida,
sono una emigrante ben accolta,
e questo non si butta via.
O mia cara Italia,
qui abbiamo una nuova vita,
ma dimenticarti.... mai.

Quem é ela? (português)
Afinal quem é ela?
Uma mente que emperra?
Algo que é, mas não era?
Afinal o que é ela?
Pensar sem entender.
Procurar sem encontrar.
Olhar sem conseguir ver.
Afinal, quem é ela?
Tanta dor, tanta tristeza,
mentes de malvadeza,
sem coração, mentes presas
Afinal, quem é ela?
Conflitos por ganância,
homens sem relevância,
infelizes sem infância.
Será que há esperanças?
Inocentes que se vão
sem saber qual a razão.
Que pavor, que maldição
Afinal, quem é ela?
Quem comanda não vai lá,
è covarde, é incapaz,
è desumano de mais.
Afinal, quem é ela?
Embora seja difícil
entender é um suplício
mas é exatamente isto
Sabem quem ela é?
A ordem de uma razão
que vem do homem sem coração
que não ama o irmão,
Pensa que sabe tudo,
que é o dono do mundo.
Que pena...
Pois é só um moribundo,
infeliz é vagabundo
que ao morrer vai lá pro fundo
Pois não leva deste mundo
nada, porque nada fez.

Chi è lei? (italiano)
Ma chi è lei?
Una mente che si annulla?
Qualcosa che c’è, ma non c’era?
Ma chi è lei?
Pensare senza capire.
Cercare senza trovare.
Guardare senza riuscire a vedere.
Ma chi è lei?
Tanto dolore, tanta tristezza,
menti malvagie,
senza cuore, menti depredate.
Ma chi è lei?
Conflitti per la cupidigia,
uomini senza importanza,
infelici senza infanzia.
Ci saranno speranze?
Innocenti che se ne vanno
senza sapere per quale ragione.
Che panico, che maledizione
Ma chi è lei?
Chi comanda non va alla guerra,
è codardo, è incapace,
è più che disumano.
Ma chi è lei?
Anche se è difficile
capire è uno supplizio
ma è proprio questo.
Sanno chi è lei?
All’ordine di una ragione
che viene da un uomo senza cuore
che non ama suo fratello.
Pensa di conoscere tutto,
di essere il padrone del mondo.
Che pena…
Dunque è soltanto un moribondo,
infelice e vagabondo
che a morire va nella fossa.
Dunque non porta di questo mondo
niente, perché non ha fatto nulla.

Um comentário: